round and round, and back home again...

A caixa.

A caixa de sapatos forrada e guardada no fundo do armário. Forrada a papel de embrulho ou com sobras de tecido já gasto e sem cor. Ali dentro, repousava um pequeno tesouro: memórias em transparências minúsculas.

Se nasceste nos anos 70 ou 80, talvez ainda te lembres do ritual. Nas noites frias de inverno, a sala mergulhava na penumbra e, com um leve clique, a luz do projetor iluminava a parede. As pequenas peças transparentes, quase insignificantes na mão, transformavam-se em janelas para o passado. 

Era a caixa dos slides.

selfportrait kids nostalgia

A vida familiar registada e projetada, em diapositivos que carregavam cor, textura e emoção. Diferente das fotografias impressas, os slides eram um evento, um momento partilhado. Eram vistos em conjunto, comentados, revisitados, guardados novamente até à próxima sessão. Não eram apenas imagens. Eram experiências.

Hoje, todos temos uma câmara fotográfica no bolso. Fotografamos sem pensar, sem pausa. As imagens acumulam-se nos dispositivos, deslizam pelos ecrãs, são vistas e esquecidas num movimento quase instantâneo.

Mas a magia de ver fotografias projetadas ainda existe. Nas Sessão de fotografia documental, Full Day ou Half Day, as minhas famílias recebem sempre um slideshow. O poder da narrativa, ao verem a sua história, garante que viajam como viaja uma criança — às voltas, e voltas, e de volta a casa ...

Quando vi esta cena da serie Mad Man, onde é feito o pitch para máquina de slides da Kodak, a Carrossel -tinha uma roda que permitia ver slides sem pausa- confesso que me emocionei. Nesta cena está o meu próprio pitch, a minha missão, o meu propósito. Simples assim, como a palavra nostalgia, delicada, mas potente.


Legendas da cena:

Nostalgia. É delicada, mas potente. Em grego, nostalgia significa literalmente "a dor de uma velha ferida". É uma pontada no coração, muito mais poderosa do que a memória sozinha.

Este dispositivo não é uma nave espacial; é uma máquina do tempo. Vai para trás e para a frente. Leva-nos a um lugar onde desejamos voltar.

Não se chama a roda; chama-se o carrossel. Permite-nos viajar da mesma forma que uma criança viaja — Para um lugar onde sabemos que somos amados.


English version for Portuguese learners.


The box.
The shoebox, lined and tucked away at the back of the wardrobe. Lined with wrapping paper or remnants of old, faded fabric. Inside, it held a small treasure: memories trapped in tiny transparencies.

If you were born in the 70s or 80s, you might still remember the ritual. On cold winter nights, the room would sink into darkness, and with a soft click, the light from the projector would illuminate the wall. The tiny transparent slides, almost insignificant in the hand, would transform into windows to the past.

It was the slide box.

Family life recorded and projected through slides, carrying color, texture, and emotion. Unlike printed photographs, slides were an event, a shared moment. They were watched together, commented on, revisited, and tucked away again until the next session. They were not just images. They were experiences.

Today, we all have a camera in our pocket. We photograph without thinking, without pause. The images accumulate on our devices, sliding across screens, seen and forgotten in almost an instant.

But the magic of seeing projected photographs still exists.

In my Full Day or Half Day Documentary Photography Sessions, my families always receive a slideshow. The power of storytelling, seeing their history, ensures they journey as a child does — round and round, and back home again…

When I saw this scene from the series Mad Men, where the pitch for the Kodak Carousel is made, I admit it moved me. In this scene, lies my own pitch, my mission, my purpose. Simple, just like the word nostalgia, delicate, yet powerful.


Nostalgia.
It’s delicate, but potent.
In Greek, nostalgia literally means "the pain from an old wound."
It’s a twinge in your heart, far more powerful than memory alone.

This device isn’t a spaceship; it’s a time machine.
It goes backward and forward.
It takes us to a place where we ache to go again.

It’s not called the wheel; it’s called the carousel.
It lets us travel the way a child travels—round and round, and back home again...
To a place where we know we are loved.

Próximo
Próximo

Celebrate Yourself!